Saúde e bem estar

Problemas ortopédicos: saiba como a prática de atividade física auxilia na prevenção

Os médicos, há anos, têm recomendado a prática de atividades físicas para auxiliar na prevenção e tratamento de doenças e, também, problemas ortopédicos. ​Os benefícios dos exercícios podem ser enormes, ajudando a fortalecer a musculatura e a mobilidade do corpo, prevenindo lesões, dores musculares e, consequentemente, o desenvolvimento de doenças ortopédicas mais graves.

Por isso, no texto de hoje, separamos uma lista com os problemas ortopédicos mais comuns, assim como suas particularidades, e como os exercícios podem ser um grande aliado quando o assunto for prevenção e tratamento natural. Confira!

Lombalgia

Com a correria do dia a dia, o desenvolvimento de uma péssima postura e a criação de hábitos errados, como utilizar computadores e celulares deitados na cama, as dores lombares estão cada vez mais comuns.  Porém, é importante ficar atento à gravidade dessa situação para identificar os primeiros sintomas da lombalgia, uma patologia ortopédica muito comum que atinge a região lombar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial tem ou terá lombalgia alguma vez, sendo que no Brasil 50 milhões de pessoas são afetadas pela doença.

A lombalgia se divide entre duas categorias: aguda e crônica. Em caso de lombalgia aguda, a mais comum, os episódios de dor tendem a durar 12 semanas. Seu surgimento se dá na coluna lombar, entre as nádegas e a última costela, e podem piorar, consideravelmente, de acordo com as movimentações do corpo. Por essa razão, é normal observar pessoas com lombalgia aguda caminhando de maneira diferente, com o corpo mais ereto.

Se a dor nas costas durar mais de 12 semanas, o paciente se encaixa no segundo tipo de lombalgia, a crônica. Considerada multifatorial, seu tratamento é um pouco mais complexo e é indicado que os pacientes procurem um centro especializado para realizar uma consulta. Porém, é sempre recomendado que, ao notar os primeiros sintomas da doença, a pessoa procure logo um ortopedista para que ele avalie a gravidade da situação e inicie o melhor tratamento.

Vários fatores podem ser apontados como causa para o desenvolvimento da doença, como infecções, inflamações, escorregamento de vértebra, envelhecimento, genética e, até mesmo, problemas emocionais. Porém, atualmente, uma das principais razões para o desenvolvimento da doença é o sedentarismo e a obesidade. Ambos facilmente tratados com a prática de exercícios físicos e atividades fisioterápicas.

As atividades físicas recomendadas

Dentre as atividades físicas mais recomendadas estão algumas técnicas de alongamento que podem diminuir o encurtamento da cadeia dos músculos das costas. Esses exercícios contribuem para o fortalecimento da musculatura, ajudando a manter o corpo alinhado, evitando a sobrecarga nas costas.

Geralmente, os pacientes podem realizar atividades físicas três vezes na semana, mas, claro, respeitando seu limite para não causar dano no músculo. Colocar bolsas de água quente por 20 minutos antes da realização das atividades também ajuda a diminuir a dor.

Praticar pilates também pode ser uma boa, afinal, o método tem como base o alinhamento da coluna, além de favorecer o equilíbrio do corpo, aumentar sua resistência e melhorar sua postura.

Artrose

A artrose é caracterizada pela degeneração e frouxidão de uma articulação, causando inchaço, dor e rigidez nas juntas, além de dificuldades de mobilidade.  A artrose surge com o crescimento do atrito entre os ossos e, a partir daí, evolui para uma destruição da cartilagem. A idade também influencia os índices de aparecimento da artrose, uma vez que com o envelhecimento do corpo é mais comum desenvolver os sintomas da doença.

O histórico familiar é outro ponto importante que deve ser levado em consideração. Mesmo que a doença não seja considerada totalmente genética, ela tem certa origem baseada no DNA, fato que pode influenciar nas chances de surgimento da doença.

Considerada uma doença degenerativa crônica, a artrose não tem cura, mas pode ser tratada para o alívio da dor e das inflamações. É recomendado o uso de remédios e também o acompanhamento de um fisioterapeuta, que irá controlar e ajudar no avanço da doença. Esse profissional poderá, inclusive, incentivar a prática de atividades físicas a fim de minimizar os sintomas e diminuir a dor e a rigidez das articulações.

As atividades físicas recomendadas

Exercícios de musculação, por exemplo, contribuem para a manutenção da força muscular, afinal, são os músculos que darão sustento e apoio às articulações.

Atividades que simulem exercícios do dia a dia auxiliam na manutenção dos movimentos realizados diariamente pelas articulações, além de ajudar a diminuir a rigidez e a melhorar flexibilidade perdida em pacientes com artrose. Exercícios aeróbicos são ótimos para controlar o peso, além de aumentar o condicionamento cardiovascular.

Artrite

A artrite é uma inflamação das articulações. Seus sintomas incluem dor, inchaço e dificuldades de mobilidade. São vários os tipos de artrite, como reumatoide, séptica, osteoartrite, entre outras. A doença não tem cura e, geralmente, seu tratamento é realizado com medicamentos e com sessões de fisioterapia. Em alguns casos, é necessário intervir com cirurgia.

Sua causa se dá por vários motivos, como desgaste natural das articulações provocado pelo envelhecimento, trauma, má alimentação, genética ou excesso de peso. Na maioria dos casos, a artrite surge em pessoas com mais de 40 anos de idade, mas jovens também podem ser afetados. Crianças também podem ser acometidas, porém esses casos são mais raros. E, em sua forma mais comum, a doença afeta, especialmente, idosos depois dos 65 anos de idade.

As atividades físicas recomendadas

Os fisioterapeutas podem ajudar, e muito, os pacientes da doença. Por meio de atividades físicas que visem diminuir as inflamações, sessões de alongamento e exercícios de mobilização articular são recomendadas para preservação da articulação, além de evitar o surgimento de novas deformidades.

É recomendada, também, a prática de atividades, no mínimo, 3 vezes por semana, de acordo com as necessidades e os limites do paciente. Natação, hidroginástica e pilates também auxiliam no fortalecimento muscular e no combate às inflamações.

Agora você já conhece os problemas ortopédicos mais comuns e como a prática de atividade física pode auxiliar na sua prevenção. É importante ressaltar a importância de buscar ajuda profissional para escolher a melhor atividade para cada caso.

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Sobre o autor

DR. EDUARDO LOUZADA DA COSTA

CRM - MG 46.264

Graduação em Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Especialização e pós graduação em Cirurgia do Joelho (FELUMA), Mestrado em Cirurgia na Faculdade de Medicina da UFMG, Fellow em Sports Medicine na Stanford University (California - USA), Coordenador do serviço de Cirurgia do Joelho do Hospital da Unimed - BH. Preceptor da Residência Médica do Hospital da Unimed - BH.