Um corpo que não está acostumado com atividades intensas sentirá dor muscular após o treino, academia ou corrida. Afinal, a musculatura não possui resistência para esse esforço. O mesmo acontece quando houver variações na intensidade, tipo ou tempo do exercício.
Porém, as dores podem ter significados diferentes. Isso porque existe dor durante ou logo após o exercício, após cerca de 24 horas de treino e também a decorrente de lesão. É importante saber diferenciá-las para evitar possíveis danos à musculatura.
Saiba, neste post, quais dores são normais e como aliviar a dor muscular pós treino!
Qual é a origem da dor muscular?
Durante o treino é preciso que a glicose seja metabolizada para conseguir energia química. Na primeira fase desse processo, o piruvato é formado de forma lenta e após, na segunda etapa, esse componente entra nas células e produz uma maior quantidade de energia, porém de forma mais lenta.
No entanto, em exercícios que demandam grande quantidade de energia, o corpo opta por seguir outra via e produzir lactato. Essa produção ocorre de forma muito rápida e, assim, organismos que não estão acostumados a usá-lo podem ter um acúmulo da substância nos músculos.
As moléculas de ácido lático em excesso podem causar fadiga e dores musculares durante a atividade física e logo após o seu término. Porém, a dor após algumas horas de exercício não se deve ao seu acúmulo, visto que o lactato é degradado em poucas horas.
Desse modo, a dor que surge cerca de 24 horas após o treino possui outra causa. Essa dor, chamada tardia, acontece basicamente devido a microlesões feitas no sistema muscular. Isso porque a grande carga faz com que o músculo estire para que posteriormente sofra um processo de inflamação. Essa etapa é essencial para que as pequenas rupturas sejam cicatrizadas e possam ser formadas novas fibras. Assim, o músculo se hipertrofia, ou seja, fica mais forte e maior.
É por esse motivo que dar intervalos entre os dias de exercício é tão importante. Afinal, o músculo precisa se recuperar para ser novamente estirado. Essa também é a causa da diminuição das dores, visto que quando uma pessoa pratica atividades com frequência, seus músculos se acostumam ao estímulo de rompimento e cicatrização e, dessa forma, o incômodo fica mais fácil de ser tolerado.
Na dor tardia, até cerca de 72 horas após o exercício, a pessoa consegue realizar todos os movimentos, mesmo que tenha certa dificuldade. Além disso, é comum que a região dolorida incomode somente quando requisitada, ou seja, quando há movimentação.
No entanto, se a dor muscular acontece no repouso, dura mais de 3 dias após o treino ou está incapacitando os movimentos, é possível que isso possa ser o início de uma lesão mais séria. Se esse for o caso, é preciso procurar atendimento médico para verificar se houve estiramento ou até rompimento do músculo.
Como tratar a dor muscular pós-treino?
Como mencionamos, o processo inflamatório é parte importante do processo de cicatrização. Somente assim novas fibras serão formadas e o músculo aumentará. Isso acontece porque, durante o evento de inflamação, são liberados diversos compostos. Um deles é chamado de prostaglandina, sendo que a sua responsabilidade é convocar células chamadas fibroblastos, cuja função é promover a reparação do tecido muscular.
Além disso, sua ação também dilata os vasos sanguíneos, permitindo que um maior fluxo de sangue chegue ao músculo, o que significa maior aporte de nutrientes e oxigênio e uma melhor recuperação.
Desse modo, tomar medicação com efeito anti-inflamatório para esse processo torna a recuperação do músculo mais lenta e difícil. Ou seja, todo o esforço e a dedicação durante a atividade física podem ser perdidos se o praticante escolher um medicamento com esse objetivo.
Outro detalhe que deve ser levado em conta é a capacidade do remédio de anular a dor, mas não a lesão. Assim, sem a dor para alertar que o corpo precisa de um tempo e está se recuperando, a pessoa pode continuar forçando o local e ter uma lesão bem mais séria.
A dica nesse caso é aguentar firme a dor, que tem seu pico 48 horas após o exercício. Se o incômodo for muito intenso, pode-se aplicar uma bolsa de gelo no local. Isso porque o gelo possui propriedades anti-inflamatórias, que não prejudicam a recuperação, além de anestesiar a região.
Também é interessante intervalar os treinos de carga, como a musculação, com exercícios aeróbicos. Desse modo, os músculos podem se recuperar e estar aptos para um outro dia de atividades. Se a dor persistir, é indicado realizar um treino leve, sem forçar a área dolorida, visto que, assim, a circulação é ativada e a reconstrução do músculo acontece de forma mais rápida.
Como amenizar as dores no pós-treino?
A primeira dica é não pular o aquecimento e ir direto para os pesos. Assim, uma simples caminhada ou bicicleta por 10 minutos já é o suficiente para ativar a circulação e oxigenar o corpo.
Além disso, pode-se fazer um pequeno aquecimento antes de cada série para evitar que o músculo fadigue rapidamente. Para isso, é indicado realizar cerca de 10 repetições com metade da carga usual do treino. Desse modo, você prepara o músculo para o grande esforço que virá depois.
As células musculares precisam de água para se recuperar adequadamente. Sendo assim, uma medida para ter menos dores é garantir que a quantidade de água no seu organismo é suficiente para mantê-lo hidratado. Lembre-se de que um adulto precisa de cerca de 3 litros de água diários, e a urina deve ser de cor amarelo-claro, ou seja, pouco concentrada.
É importante salientar que deve-se respeitar todo o processo de adaptação e tolerância às atividades físicas, o que muda drasticamente de pessoa para pessoa. Portanto, a carga do treino e sua intensidade devem ser aumentadas de forma gradual, respeitando a idade e a força física de cada indivíduo.
Um treino bem montado e orientado não implica dores insuportáveis, e sim em dores normais devido ao esforço muscular. Lembre-se de que a dor é parte importante do processo de recuperação, afinal, mostra que o músculo está machucado e vai se recuperar, alcançando o seu objetivo: a hipertrofia.
E então, aprendeu o que causa a dor muscular pós-treino e como tratá-la? Quer receber mais artigos da área de saúde diretamente em seu e-mail? Assine a nossa newsletter!